Completei o Desafio de Hércules! (Por Joalmir Nascimento)
No dia 17/03/215, tive a ousadia de completar o pior e ao mesmo tempo o melhor desafio físico já realizado por mim.
Faz um bom tempo que eu vinha pensando em realizar o Desafio de Hércules, mas sempre adiando
ou aguardando uma hora em que eu tivesse preparo físico suficiente para realizá-lo.
Até o dia em que a turma do Parkour Salvador (após ter feito o mesmo desafio) publicou
um texto super motivador (pelo menos pra mim) falando do quanto foi cansativo e
divertido tendo antigos praticantes e novos todos determinados em fazer o seu
máximo para concluir o desafio.
Após o desafio feito em Salvador, Duddu teve a iniciativa muito
IDIOTA de repetir aqui em Aracaju. A grande maioria aceitou e ficou todo mundo
ansioso. Só eu fiquei morrendo de raiva, falando na minha cabeça
que eu ainda não estava preparado e que ia desistir sem nem começar. Toda hora eu
enxergava um problema diferente mesmo que pros outros eu dissesse toda hora: "Vamos!
Vamos! Isso aí!".
Passei a preparar logo a minha mente já que o físico já não
dava mais tempo. O desafio era em pouco mais que uma semana. Saí de casa no feriado
decidido a terminar e pra isso eu ia falar com Rafa pra ele não me deixar desistir
no meio.
No início do desafio, tudo tranquilo. Até me surpreendi um
bocado pois eu achava que no exercício 4 (80 precisões cravadas) eu já estaria
super cansado e pedindo pra desistir. Passei disso. Agora era só terminar. Ao
chegar no exercício 9 (a partir dele eram só atividades de membros superiores), foi aí que comecei a não ter mais o mesmo gás do início. Já fazia cada
repetição do jeito que podia e pensando “Já cheguei até aqui tenho que terminar!”.
Eu fazia de 1 em 1, pensando naqueles documentários assistidos, de maratonas
que atletas chegam em seu máximo e que só tiravam força da mente e do coração. Nesse
momento eu ainda tinha força física pra continuar e ainda
contava com meus amigos me incentivando. Mas eu tinha certeza que não ia
aguentar o último exercício (1 km de quadrupedal).
Dito e feito. No quadrupedal comecei a sentir um cansaço gigantesco já nos primeiros 100m ou 300m. Só era dor na perna. A única certeza que eu tinha era que cada passo era um a menos com o músculo contraído. Monique tava do meu lado me incentivando para aguentar um pouco mais e logo em seguida chegou Rafa do meu lado e disse: “Bora Joalmir! Vamos terminar juntos! Eu vou no mesmo tempo que você!” .
Dito e feito. No quadrupedal comecei a sentir um cansaço gigantesco já nos primeiros 100m ou 300m. Só era dor na perna. A única certeza que eu tinha era que cada passo era um a menos com o músculo contraído. Monique tava do meu lado me incentivando para aguentar um pouco mais e logo em seguida chegou Rafa do meu lado e disse: “Bora Joalmir! Vamos terminar juntos! Eu vou no mesmo tempo que você!” .
A partir dali eu já nem sabia onde estava mais. Eu só queria
completar aquele 1km mesmo que com os olhos cheios de lágrima e
achando que meu corpo não ia suportar tamanha a dor que sentia. Quando eu
pensava em todas as etapas até ali, eu não podia deixar que desistisse na última.
Perto de alcançar a meta, já não era só Rafa e Monique me ajudando. Acredito
que o que eu escutava era todo mundo chamando o meu nome. Até Ícaro que não
pôde participar veio me acompanhar no final com as frases dele que só me faziam
rir. Continuar foi maravilhoso.
Nos últimos metros, com Rafa fazendo também ao meu lado, eu estava
quase me arrastando e o grito de todos é que me dava força pra continuar. Terminei
a última tarefa e não consegui segurar o choro. Todo mundo veio me abraçar e eu
só conseguia agradecer por tudo. Cada um que terminava era uma festa muito grande
com muitos gritos e abraços.
Quando eu já estava sentado, Duddu veio, sentou do meu lado e
perguntou porque eu ainda estava chorando. Respondi a ele que era por um monte
de coisas: pelo prazer de conseguir terminar e ver que todos estavam felizes por mim
também, por lembrar dos amigos que não paravam de me incentivar, por lembrar de
todos os meus treinos e de todas as vezes que eu desisti de algo por besteira,
por preguiça ou por acomodação. Era um choro inexplicável e uma sensação nunca
experimentada antes por mim. Pra mim foi mais do que um desafio físico e sim um
aprendizado para a vida.
Só tenho a agradecer aqueles que participaram, os que foram
para assistir e aos amigos do meu lado.
Muito, muito Obrigado e que venham outros!
“Desafio não é Desafio quando você já sabe que consegue
terminar.”. Agora entendi essa frase de Duddu.