> “Le” Parkour ou meu Parkour? (Por Matheus Pedra)

“Le” Parkour ou meu Parkour? (Por Matheus Pedra)

Posted on quarta-feira, 10 de dezembro de 2014 | No Comments


   

O cenário do parkour nacional passou recentemente por uma situação interessante envolvendo o uso da prática em competições e a divulgação desse evento perante aos meios de comunicação. Isso reviveu a periódica discussão sobre significados e valores que definem essa modalidade de treino.

Esse acontecimento me abriu os olhos para uma hipótese que já foi levantada: a de que talvez não seja possível definir tais valores, visto que a nossa “arte de se deslocar” tende a representar, na verdade, os interesses particulares de quem se dispõe a treinar. Para explicar isso, deixe-me fazer uma pausa textual e contar um pouco do Parkour que eu treino.

Sabe aquela parada de ir de um ponto ao outro, sendo o mais rápido possível? Não é por isso que me interesso. Vejo o parkour como um meio de evoluir minhas habilidades, de redefinir minhas capacidades. Não preciso fazer uma precisão de um local pro outro, eficientemente. Posso dar a volta me equilibrando e melhorar essa habilidade. Também posso admitir um salto mortal como um caminho traçado. Pode não representar literalmente um percurso, mas a ideia de sair do estado atual para outro, onde se é melhor em qualquer aspecto, pode simbolizar um percurso. Para mim, esse caminho traçado em busca da evolução é muito mais importante do que o cumprimento de regras estabelecidas por um certo grupo de franceses.

Ainda sim, entendo que a definição clássica do Parkour é um dos principais fatores que mantém a comunidade unida e saudável. Criar subdivisões significa enfraquecer a fonte principal, o que é até uma ingratidão pelo conceito que nos atraiu e nos iniciou na prática. Mas como tentar defender o que acredito e pratico e, ao mesmo tempo, recitar as palavras de Belle e seus amigos? Não há coerência alguma nisso.

É por isso que me encontro nesse dilema entre permanecer ligado ao conceito inicial de Parkour (ainda que esse mesmo tenha se modificado) ou deixar ele de lado e focar a minha conduta de treino no que mais me interessa como indivíduo. Não estou aqui para dar uma resposta, apenas para levantar esse questionamento que muitos provavelmente também se fazem. Afinal, cada um tem seus interesses e metas para com o Parkour. E se não tem, deveria.


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